segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Folhas de Outono

Jardim de Almada

Manhã húmida num dia de Novembro pelas nove horas da manhã. Deixei seguir os pensamentos, emoções e memórias, por entre as árvores, as folhas caídas, as silhuetas. Que oculto desejo me queria revelar?

*

CANTOS DE GIACOMO LEOPARDI

O Infinito

Cara me foi sempre esta eterna colina
E esta sebe, que por diversos lados
O extremo do horizonte veda ao meu olhar.
Mas, sentado e olhando, intermináveis
Espaços para além dela, e sobre-humanos
Silêncios, e sossego profundíssimo
No pensamento imagino; então por pouco
O coração se não sobressalta. E, quando o vento
Nas folhas ouço sussurrar, aquele
Infinito silêncio a esta voz
Vou comparando: e lembro-me do eterno,
E das mortes estações, e da que agora passa E vive, do seu rumor. Assim no meio
Desta imensidade o pensamento se me afoga:
E naufragar me é doce neste mar.


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